Já alguma vez puseste em causa a tua essência, a tua personalidade, a tua postura perante o outro, a tua natureza?
Já alguma vez puseste em causa o que gostas de fazer, que cheiros gostas de sentir, que lugares te fazem feliz, que pessoas te fazem bem?
Já alguma vez sentiste que estás a viver uma vida que não a tua, porque vives rodeada de pessoas que, de uma forma ou de outra, te influenciam a toda a hora?
Antes que possas refletir sobre tudo isso, quero que foques nestas frases:
- Não importa de onde vens. Importa para onde vais. -
- Não voltes onde já foste feliz. -
Que sentimentos te despertam? Que opinião formada tens sobre elas? Que influências te impuseram sobre cada uma delas?
Disseram-te que o teu futuro é mais importante que o teu passado? Ou que o que importa é o presente? Ou ainda que só chegaste até aqui porque alguma coisa aconteceu lá atrás?
Disseram-te que és burra se voltares a deixar que te magoem? Que se falhares duas ou três vezes, isso faz de ti fraca?
- Deixa-te de merdas. -
A única coisa que está errada aqui não és tu, são eles. Não há mal nenhum em seguires os teus instintos, o teu coração. Assume que é natural ouvires o que eles dizem. Mas só depende de ti confiares mais em ti, conheceres-te como ninguém e aprenderes a deixá-los falar. Sem escutar. Ouve. Mas não escutes. Não há mal nenhum em quereres relembrar o passado e valorizá-lo porque te trouxe até aqui ou em quereres esquecê-lo, porque achas que nada tem a ver. Não há mal nenhum em tentares uma e outra vez. Em caíres, levantares e arregaçares as mangas e caíres outra vez. E se hoje não te apetecer arregaçar as mangas e te apetecer ficar só aí, no teu canto, estática, a deixar o tempo passar, não há mal também. Amanhã terás mais forças para continuar.
- Desliga. -
Durante muito tempo tive dificuldade em desligar. Desligar do que os outros pensam. Desligar para não fazer absolutamente nada. Desligar das redes sociais. Desligar dos copycats, dos haters, de tudo o que lhes quiseres chamar. Desligar da "obrigação" de postar no blog todos os dias. Desligar do mundo. Desligar os pensamentos. Ficar só no momento presente. No aqui, no agora, comigo.
- Dizer que não. -
Não te vou negar que continuo a ter dificuldade em dizer que não. Em recusar ajuda às pessoas de quem gosto. Continuo a ter certas dificuldades em admitir que não sou uma super mulher e que não consigo chegar a todo o lado. Porque eu quero chegar. Porque estou habituada a testar os meus limites antes de dizer que não consigo. Mas tenho consciência disso. E tenho consciência que os hábitos se desfazem. Mas já aprendi a dizer que não a outras coisas: aprendi a cortar com quem não me acrescenta nada. Aprendi a aceitar que nem sempre me apetece escrever. Aprendi a aceitar que não tenho de ser perfeita. Só tenho de ser eu própria.
- Mas afinal, quem és tu? -
Claro que, no meu caso, ter passado muitos anos a observar ajuda. Redescobri-me. Aprendi a saborear o café quando voltei dos Estados Unidos. Aprendi a escutar o mar e a demorar-me nele, quando dantes não o suportava. Aprendi a valorizar as pessoas que me rodeiam e a dar-lhes valor enquanto as tenho. Aprendi a dar valor às pequenas coisas, porque já fiquei sem elas. Aprendi que sou a pessoa mais importante da minha vida e que tenho a melhor família do mundo. Aprendi que os amigos vão e vêm, mas que há muita gente boa no mundo. Aprendi a gostar de tudo o que me acrescenta, mas também a valorizar o que me subtrai, deixando-o permanecer apenas o tempo necessário. Sou a Raquel (Kéké, se preferires). Gosto de cor-de-rosa, de verde-água e de azul bebé. Gosto do mar, de chocolate e tenho uma paixão assolapada por animais. Gosto de sushi e de bacalhau com natas e não, não gosto de carne. Gosto do arco-íris mas não gosto de chuva nem do frio. Gosto do sol, da praia e de passeios longos à beira-mar. Gosto muito de passear e de viajar e tenho alguma dificuldade em estar quieta. Gosto de sair com a minha mãe e gosto de ir ao cinema. Gosto da minha liberdade, mas às vezes sinto falta de ter horários. Podia beber chocolate quente todos os dias no inverno e comer panquecas, waffles ou crepes. De vez em quando tenho saudades dos meus avós, da Dory, do Baltazar e do Nemo. Tenho preguiça sempre que é para experimentar roupa nas lojas, mas adoro ser fotografada. Gosto muito de tofu e não gosto assim tanto de celebrar o meu aniversário, o Natal ou a passagem de ano. Gosto mais de dar do que de receber. Os meus ídolos são a minha irmã, a minha mãe e o meu pai e uma ou outra celebridade, como a Oprah Winfrey e a Brigitte Bardot. Gosto de pessoas com personalidades fortes e que querem mudar o mundo, mas não gosto de radicalismos. Gosto de pessoas sinceras e diretas (de verdade), mas não gosto de pessoas ingratas e brutas demais. Não gosto de pessoas que vivem de aparências, que se queixam a toda a hora, ou que vivem presas numa personagem. Gosto de vegetais, mas não gosto de cebola. Gosto das pessoas deste mundo dos blogs que são genuínas. Gosto de aventuras, de me atirar ao desconhecido e de ir, sem medo do que está para vir. Mas às vezes vou com medo. Gosto de me redescobrir, de aprender a lidar comigo e com os outros. Gosto de ti, se gostares de mim. E se não gostares gosto também, mas não esperes que vá falar contigo. Sou reservada. Tímida, talvez. Tenho uma carapaça no que toca a sentimentos. Para uns. Para outros tenho o coração bem à flor da pele. Gosto de conhecer pessoas novas, mas só as que sinto que valem a pena. E podia continuar. Mas deixamos o resto para outro dia, porque chegou a altura de te ouvir.
- E tu, quem és? -
Um beijinho quentinho no coração.
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