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Hoje volto a escrever para ti, mulher. Tu que levas os teus dias a sofrer em silêncio porque estás onde não queres estar. Ou porque atingiste aquela monotonia que não te pertence mas continuas aí presa porque tens medo. Tu que tens asas, mas achas que não sabes voar ou não queres dar esse passo sozinha. Porque sozinha dá medo. Porque se falhares o mundo vai rir de ti. Porque vais perder alguns pelo caminho. Mas sabes que mais? Mais tarde ou mais cedo vais perdê-los à mesma. Se não for nesse caminho, será noutro. Por isso, porque não perdê-los no caminho certo? E se no final não for esse o caminho certo, será certamente um atalho para te levar até lá. Ao caminho certo para ti.

 

Agora diz-me: O que farias se não tivesses medo? O que farias se não tivesses de dar satisfações a ninguém e se pudesses deixar o teu coração rolar por esse mundo inteiro que tens à tua espera? Ficavas onde estás? Estou certa que não. Há sempre um mundo novo por descobrir.
O que farias se te tirassem agora tudo o que sempre deste por garantido? Baixavas os braços e desistias ou mantinhas o sorriso que costumavas ter no rosto e repetias mil vezes baixinho que “vai ficar tudo bem”?
 
Sabes uma coisa que aprendi neste último mês? É que nós não precisamos nem de metade dos bens materiais que temos nas nossas vidas. Sim, eu sei que todas nós sabemos isto de cor e salteado e que tentamos fazer mil e uma formas de detox, mas na prática depois temos todas muito mais bens materiais do que precisamos, não é assim? Estás-me a imaginar a chegar ao Uganda há quase um mês atrás com duas malas de porão (uma de 20kg e outra de 10kg) e ainda de mochila às costas, não estás? Imagina. Porque foi assim que cheguei. E assim que aterrei e me apercebi que as minhas malas iam chegar uma semana depois desejei nunca ter trazido nem metade comigo. Porque agora vou bem mais carregada: levo duas malas de porão, uma mochila às costas e ainda o coração cheio de sonhos, de paixões, de emoções e de vivências de pé descalço. Imaginavas-me descalça pelas ruas da Kampala? Imaginavas-me com a mesma roupa dias a fio? Imaginavas-me a comer com as mãos? Imaginavas-me a tomar banho de água fria diariamente? Pois, nem eu. Quanto mais tu.

E olha que eu já tinha uma (pequena) noção de como era ser feliz nas pequenas coisas. Mas nem devia ser preciso a vida dar-nos uma chapada na cara para aprendermos a ser simples, autênticos, genuínos. Para retornarmos ao nosso centro, à nossa essência.

Tu tens asas, mulher. E também sabes voar. Só tens de ganhar coragem para o fazeres. Diz-me: o que te prende? O que te impede? Fecha os olhos e tenta não pensar muito. Vai, só por ir. Mesmo que depois tenhas de voltar. Pelo menos saberás dizer a que soube, o que sentiste, o que viste, o que fizeste, quem conheceste, o que gostaste e o que não gostaste. E trarás certamente o coração mais cheio do que o tinhas à partida.

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10 comentários

  1. Raquel estou a adorar acompanhar toda esta tua aventura e o quão maravilhoso está a ser. És um sonho de pessoa!

    THE PINK ELEPHANT SHOE

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  2. Sem dúvida um texto bonito e o teres ido, maravilhoso! A verdade é que por vezes precisamos vivenciar para perceber realmente a essência de algumas coisas. Estas fotografias estão maravilhosas
    Muito obrigada pelo comentário!
    Beijinhos

    Automatic Destiny

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    Respostas
    1. Muito obrigada pelas tuas palavras tão queridas, Rosana. Um enorme beijinho

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  3. Este texto está tão lindo *.*

    Blogue Meraki
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  4. PS: E bato palmas pela coragem que tiveste em ir para o Uganda!!

    Blogue Meraki
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  5. Lindo texto! Parabéns pela grande Mulher de coragem e de grande coração que você demonstra ser.
    Bom fim de semana.
    Abraço.

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